quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A ingênuidade "evangélico/cristã" é uma benção!!!




Queridos amigos, boa tarde.

Tenho recebido e-mail's relacionados ao texto anterior que escrevi: http://despenseirodagraca.blogspot.com/2010/09/ignorancia-dos-outros-e-uma-bencao.html.

Achei que seria bom compartilhar.

É claro, não estou identificando a pessoa, sobretudo porque não a conheço.

Boa reflexão, às vesperas da Eleições 2010.

Juízo meu povo!!!

Maurício

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Graça e paz!


Recebi atraves de uma querida irmã seu comentário sobre o vídeo do pr Piragine

Tenho comigo algumas questões, a saber:

1. Aparentemente, me parece que o irmão está defedendo que deixemos as coisas como estão e não nos posicionemos com nossos princípios em nada.
2. Me parece que o querido deseja que continuemos calados, mesmo dizendo para pregarmos o Evangelho.
3. Me parece que o irmão fala de fora da igreja, como se dela não fizesse parte, sendo assim, não está sendo sincero, quando está tentando nos passar uma visão de pessoa sincera e preocupada com o destino da mesma igreja.

4. O querido nos convoca a pensar criticamente, mas quando o faz, deseja que o nosso pensamento crítico não cause alterações na sociedade.

5. Me parece que o sr não compreende que o movimento de Jesus Cristo e dos apóstolos no início era um movimento social de mudanças (e lhe afirmo que não sou partidário de nenhum movimento político e não tenho preferências partidárias!)

6. Qual a sua posição, afinal de contas? vc acha que "pregar o Evangelho" não nos trará grandes problemas sociais, como outrora já causou na vida de milhões de cristãos e de muitas nações?
7. qual a sua resposta, então? não devemos votar? E ao votarmos não devemos levar em conta nossos princípios bíblicos? O seu discurso me parece contraditório!

8. Por último: o "irmão" é cristão mesmo? E afianl, você votará no partido do Governo, mesmo em detrimento às nossas posições cristãs? E não só isso, votará em qualquer partido que se oponha frontalmente aos princípios da Palavra?
Na Antiguidade e em poucos países de hoje, os governantes eram e são impostos ao povo por uma série de circunstâncias: Parlamentos, Conluios, Herança e "sangue real", mas na maioria do mundo ocidental e em alguns outros países fora desse eixo, os governantes são colocados por voto popular, por escolha pessoal, mesmo quando em nosso caso, Brasil, o voto seja obrigatório. ainda assim, votamos em quem queremos!

Então, encerro dizendo que no caso bíblico, defendido por Paulo em Romanos 13 que os governantes e magistrados são instituídos por Deus, é um caso de interpretação cultural, pois em nossos dias, eles são colocados por nós. E qual a nossa participação nesse processo? Nenhuma?

Por fim, o que escrevi para ti é o que está me parecendo! Será que é isso mesmo?


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xxxxx , bom dia.

Desconheço qualquer 'outra' causa de Cristo que não seja a Cruz! Veio ao mundo para, vivendo, poder morrer; e morrendo fosse vivificado não apenas em nosso lugar, mas a nosso favor.

Pregava o Reino: arrependimento para remissão de pecado! Enquanto isso, curava, ouvia, recebia pecadores, etc...

Mas ele mesmo se refere a sua missão: "comer o alimento que não podeis comer, cumprindo a vontade daquele que me enviou"

Dito isto, afirmo: não adianta nos posicionarmos como evangélicos se não somos discipulos de Jesus! Estar na 'igreja' e ser Igreja são coisas bem distintas! A questão não é se estou dentro ou fora, mas se o que digo é conforme o evangelho ou não.

Lendo suas questões me pergunto:

"É possível que alguém tenha, de modo tão atrelado, o conceito de sinceridade apenas do ponto de vista da unção do templo?" Ou seja, só conseguimos ser sinceros mediante a vigilância do templo, mas o que foi que Jesus respondeu mesmo a mulher samaritana? Onde se deve adorar, qual o melhor lugar? Aqui ou ali, dentro ou fora? Com a vida ou com o status funcional adquirido no templo?

Infelizmente para muitos de nós o púlpito é uma muleta, estamos debruçados sobre ele incapazes de saírmos do lugar.

Me parece, a partir das questões, que aquilo que é dito "dentro da igreja" é evangelho, por isso, ao final tudo é evangelho. Pensando assim, a igreja é que dá validade ao Evangelho e não o contrário. Segundo Jesus, todavia, O Evangelho é que norteia e define o que é Igreja/Corpo de Cristo e o que são as sinagogas de Satanás, dirigidas por seus emissários, a quem muitos nominam de pastores, bispos, apóstolos e etc...

O que digo é que conforme o Evangelho, a igreja está calada para aquilo que devia dizer neste mundo há muito, mas muito tempo.

E outra, quem acusa a igreja é Satanás!

O que digo é que a igreja evangélica desaprendeu a discernir! Por isso acham que se posicionar é grande coisa, que esse é nosso papel. Dizer o que pensamos sobre a sociedade não porque queremos transformá-la pelo poder do Evangelho, mas simplesmente porque temos nossos "direitos de evangélicos".

Somos um 'gueto' de idiotas! Fazendo em nome de Jesus aquilo que Ele mesmo nunca fez. Manipulando os votos dos hermanos evangélicos vamos mudar sim as leis da "sociedade", mas nunca a vida da pessoas.

Você diz não ter preferências partidárias, mas porque me escreveria então... por amor ao Reino de Deus, ao Evangelho?

Cada um deve votar em quem quiser, conforme sua própria consciência!

Sua interpretação sobre Romanos 13 me chamou a atenção; Quer dizer que é cultural e que, por isso, nós decidimos?

A igreja evangélica matou Deus! Se não é Deus quem institui, como entender o que Jesus disse a Pilatos? E mais, o povo escolheu Saul... Deus admitiu apenas para castigar a maldade do povo, mas quem ao final Deus levantou como Rei?

E você acha mesmo que se posicionando como evangélicos, com valores ingênuos/cristãos [que não tem a ver com Jesus, nem com a Bíblia e com o Evangelho eterno de Deus], mas que foram inventados pela igreja evangélica dominante farão de fato com que Deus recolha sua mão do juízo, em face de nossa impiedade?

Se nem o Rei Josias com toda a sinceridade de seu coração conseguiu evitar o juízo de Deus, quanto mais a igreja evangélica...


Em amor,

Maurício Irmão

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A ignorância “dos outros” é uma benção!



A dita mais famosa frase do filme Matrix se aplica aqui direitinho: “a ignorância é uma benção!”. A fora toda aquela conversa que diz respeito à Psicologia, Sociologia, e todas as outras “gias” que hajam por aí, eu diria: Em tempos de eleição a ignorância é boa pra quem? Para o ignorante ou para os que usam de sua ignorância?

É por acreditarem na segunda opção, já que ignorância é pimenta no olho dos outros, sempre dos outros, que o vídeo do Pr. Paschoal Piragine “Posicionamento... Eleições 2010” tem se propagado como a voz que clama no “deserto” evangélico, mas com a velocidade e aceitação social da H1N1;

Fala que nós, como igreja evangélica, portanto detentores da ética e moralidade social, precisamos nos posicionar nestas eleições, cuidando para não votar em quem já tem voto fechado com causas pecaminosas: “institucionalizar” o pecado em forma de lei; ainda adverte: “se isso acontecer, o Senhor julgará a sua terra”. Mas se fosse só isso os evangélicos do nosso país diriam: “mas o Senhor tem que julgar mesmo, esse bando de pecadores miseráveis”. Daí ele completar: “E se o Senhor julgar a nossa terra, como também estamos aqui, recairá sobre nós tais implicações”.

Tudo isso para dizer ao final que não se deve votar em tal partido!

Só com a benção da ignorância é que alguém pode disseminar algo assim e ainda levantar a bandeira da moralidade e da ética. É incrível como queremos fazer uso de outros poderes, que não o do evangelho para consertar o mundo. Por isso mesmo, queremos consertá-lo e não transformá-lo! O evangelho não conserta nada, mas transforma!

Por isso a verdadeira voz que clamou no deserto, que endireitou os caminhos do Senhor, que pré-anunciou a luz dizia enquanto batizava: “Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira divina?” Como quem diz: “Vocês acham possível manobrar o juízo de Deus, com boa pinta de moralidade e ética?”

Minha oração é que aprendamos a discernir!

No passado, conforme nos narra o velho testamento, foi o próprio Deus quem soprou a Moisés qual a sua Lei e regulamentação. Pergunto: isso impediu o povo de se perverter consolidando a prática do pecado como modo de vida? Transformaram a verdade de Deus em pura idolatria.

Paulo nos orienta: “Enchei-vos do Espírito”.
É preciso imprimir “valores do evangelho” em nossas vidas e não em leis humanas, que atendem a interesses humanos. Jesus diria, conforme disse a Pedro: “Arreda, Satanás! Cogitas das coisas que diz respeito a homens, mas não das que se referem a Deus”. E mais: “Não há como por remendo novo em tecido velho!”

O vídeo parece ter boas intenções. Porém, toda argumentação gera uma sentença na cabeça das pessoas e quando é o caso da defesa anteceder a acusação [já que esta declaração do pastor não parece ter sido provocada] é mister [ou comum] que o defensor se prenda com detalhes ao que é irrelevante e trate em linhas gerais aquilo que provavelmente é o cerne da questão.

Desse modo, Piragine deixa de destacar alguns pontos importantes:
A lei está para a sociedade e não o contrário! E permanece em constante mutação. O ordenamento jurídico é pensado de modo genérico, porque cada geração carrega consigo valorações díspares. E isto influêncía para que as leis do nosso país tomem rumos antes inimaginados.

As leis, todavia, não são um modo célere de acompanhamento das mutações sociais. As sentenças dos juízes que também deixam a desejar no quesito velocidade, são mais eficazes. De modo que, há sentenças que julgam baseados em legislações antigas com entendimento atualizado, por assim dizer.
É assim que funciona!

O casamento, por exemplo, advém da manifestação de vontade de duas pessoas que se amem ou não, desde que preenchidos os requisitos legais. A mesma lei que regula como deve ser o casamento, por um lado, por outro, disciplina a separação e o divórcio. A pergunta não é porque estão se casando, mas se ambos preenchem os requisitos legais para fazê-lo.

Temos que deixar o romantismo de lado. Ora, se hoje todas as leis do País fossem revogadas e a Bíblia inteira fosse instituída como regra social obrigatória, o que mudaria? E mais, o que muda se tais leis não forem aprovadas?

Isto mesmo, NADA! É preciso confrontar a prática do mal [iniqüidade] com a prática do bem [conforme Jesus, o Evangelho] e não com leis cujos valores são “político/cristãos”.

As leis são o reflexo de uma sociedade! E não é deixando de votar em tal e tal partido que isso vai mudar.
Transformando a Sociedade, transformaremos os paradigmas atuais e os que estão por vir. Foi assim que Jesus fez e ensinou. As moças continuarão abortando como já fazem, os gays não deixarão suas práticas simplesmente porque alguém chegou e disse: "a lei não permite!" Do contrário, ninguém mataria, usaria drogas, ou coisas muito piores.

Mas a pergunta não é o que ganha o Reino de Deus com toda essa politicagem evangélica, mas o que ganha a Igreja Evangélica, agora devidamente associada e prostituída. Não ficará pedra sobre Pedra!

De um lado tem os que pregam que os fiéis precisam devolver ao Senhor suas ofertas e dízimos e tudo estará bem, enquanto caminham sorridentes para o inferno e como se fosse pouco, do outro lado há os dizem: a solução é negar o poder do Evangelho e escolhermos alguém que nos mantenha acomodados nos nossos templos, por meio de seu poder político!

Estas coisas destacadas, cabe dizer: tais leis pecaminosas denunciam nossa inércia, nosso sono profundo! Queremos evitar o pecado? Não, do contrário pregaríamos o Evangelho testemunhando da Graça de Deus; queremos que tudo permaneça como está, em silêncio, quieto!

É isto que acontece quando se come palha ao invés de trigo!

Maurício Irmão

Recife, 17 de Setembro de 2010.