terça-feira, 3 de março de 2009

TEMPLOS DO ESPÍRITO SANTO


Muita confusão há sobre o tema. Parece algo patente, mas os equívocos acerca deste assunto são muitos. Não pretendo como não poderia deixar de ser, martelar a última palavra sobre o assunto. Minha pretensão é no mínino tratar de modo menos infantil a liberdade proveniente de Jesus.

O fato é que pelo que se ouve na atualidade, a apologia que se acaba fazendo é de um Deus que está apenas perto; que temos contato com ele apenas na igreja-templo; que nossa relação com ele está adstrita a uma relação institucionalizada com os homens.

É por isso que muitos ensinam que na presença do Senhor somos livres e que podemos adorá-lo sem restrições, justificando a concepção atual de uma espiritualidade mística e sem nenhuma conexão com o Evangelho de Jesus. Porque para eles, estar na presença do Senhor é está no Templo, não ser o Templo; para eles o templo é um lugar onde Deus está caso precisemos dele; para eles, se aproximar de Deus é ir ao templo e o templo é posto acima de tudo e todos; para eles, ir ao templo é mais importante que o irmão que deixou de freqüentar o templo; para eles, se afastar do templo é afastar-se de Deus, pois Deus é aquilo que eles dizem ser Deus; para eles, Deus se transformou num amuleto, pois a visão que se tem de Deus é apenas utilitarista.

A nossa perspectiva de Deus é utilitarista. Deus só é Deus, para muita gente, porque serve, é só. E quando se vê Deus assim, a visão que se tem do outro, por via de conseqüência, é meramente funcional. Nossa proximidade se restringe ao quanto nos serve tal e tal relacionamento.

Ao contrário de tudo que “eles” dizem acerca de Deus e sobre o que Deus é, digo e a Bíblia toda Diz: ELE É VIDA E ADMITIU, POR AMOR DE NÓS, QUE HOUVESSE VIDA TAMBÉM NO FILHO A FIM QUE A CONCEDESSE A QUEM ELE QUISESSE.

Somos livres para fazermos a coisa certa pela razão certa. Pois fazer o que é certo pela razão errada é tão errado quanto fazer o que é errado pela razão certa. Por isso nos ensina o Apóstolo Paulo que se não houver AMOR, embora façamos quaisquer coisas que pareçam boas ou louváveis serão completamente vazias, tal qual o sacrifício de Caim, que de tão bonito para nada serviu do ponto de vista relacional com Deus. O AMOR se opera pela FÉ e sem ela ninguém agrada a DEUS.

Se Jesus habita em nós, de fato somos livres. Onde ele está há liberdade. Contudo não se trata de uma liberdade insana que nos permite fazer o que quisermos dentro da comunidade, pousando de espirituais boa pinta. Nossa espiritualidade reside na capacidade de amar o outro como a nós mesmos. Pois a verdadeira espiritualidade não nos faz melhores, mas iguais.

Ninguém se verá como igual genuinamente enquanto não entender que Deus é quem é e nós quem somos: SERVOS! ADORADORES, pois para isso fomos criados.

A liberdade de Jesus diz respeito ao perdoar a todos sempre; ao amar indistintamente; ao ouvir sem julgamentos; ao se aproximar sem interesse, que não o do evangelho; ao aprender sempre, pois não há quem ensine sem que antes aprenda; ao cuidado com o real templo do Espírito de Deus, nosso corpo.

Que ele produza em nós corações que não só ouvem de modo passivo, mas que busca sempre na Palavra o discernimento do que se ouve neste mundo onde tantas coisas são ditas e cantadas.

Amém!

Maurício Silva
02 de Março de 2009

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

VERDADES MERAMENTE CONSCIENTES...


Seria muito fácil nos relacionarmos com Deus se isso fosse apenas uma relação de caráter textual com a Bíblia. O difícil é enveredarmos pelo caminho de uma relação real com Ele. Não a que fora instituída pelos homens, mas a que de fato nos preenche a existência com vida.

Temos vida pela palavra de Deus que é Jesus. Nenhum significado para nós teria o conteúdo bíblico sem uma relação pessoal com Jesus, já que a Bíblia apenas fala sobre ele e nos ensina acerca dele, por vezes, por ele mesmo, mas não o institui como Deus e como cordeiro do mundo. Ele fez as escrituras e não o contrário. Pois, se ele não fosse Deus, tudo seria uma grande história inventada.

De modo que entender a leitura do texto sagrado como a forma com a qual nos relacionamos com Deus é substituir a Fé pelo conhecimento; a leitura da palavra deve ser precedida pela oração, a fim de que não apenas tenhamos informações acerca D'Ele, mas para que de fato sua verdade encarne em nós. O fato é que somos justificados pela fé e não pelo que sabemos, muito menos pelo grau de compreensão que temos.

É por isso que nem tudo que parece verdade de fato é a verdade de Jesus. Disso decorre tudo que se chama igreja hoje: por isso que espiritualidade é substituída por reputação; louvor e adoração por lavagem cerebral repetitiva; comunhão por um abraço na hora do culto que não aconteceria em outro lugar de modo espontâneo; boa ação sincera por exibicionismo; pregação da verdade redentora por julgamento; disciplina em amor pelas falhas dos irmãos por satisfação da justiça injusta do corpo institucionalizado chamado igreja que esconde seus erros pelos dos outros; obediência por fé por subserviência ambiciosa; humildade por silêncio; respeito por medo etc.

E por ter a mesma proposta que todas as outras verdades, que não a do Evangelho de JESUS que é poder de Deus, não podem fazer nada por aqueles que a tomam para mudar de vida. Já que apenas o evangelho de JESUS pode mudar nossas vidas, qualquer outro será substituído por um evangelho mais inteligente aos nossos olhos, mas tão ou mais ineficaz do que o que fora substituído. A verdade é que estamos constantemente mudando de rumo porque nossas verdades apenas conscientes não produzem o efeito desejado em nós: completude de alma produzida apenas pelo evangelho genuíno de JESUS.

Muitas vezes tomamos como verdade o fragmento de uma música, ou o pensamento de alguém reconhecidamente inteligente, ou ainda se corporificam em nós por más experiências vividas etc. Muitas vezes nossa vivência cristã é produto da reflexão alheia ou da própria vivência de alguém, mas nunca como algo vivido e experimentado por nós; nunca como reflexão nossa ou vivência nossa, mas sempre de algum “guru” espiritual, a quem responsabilizamos por nossas decisões.

Por isso, desconsideramos a verdade de JESUS em sua palavra escrita por quaisquer coisas que atendam aos nossos desejos ou que simplesmente nos dê um rumo que pareça bom no momento. É por isso que aquilo que toma o lugar do evangelho apenas nos faz sofrer.

O evangelho não nos afronta o intelecto, mas a alma. Permite-nos ver o que antes não conseguíamos: que não somos senhores de nada; que nossas determinações nada determinam; que nossos projetos carecem da aprovação do SENHOR e por isso devem ser postos diante Dele em oração; que acima de tudo, precisaremos do evangelho até o fim de nossas vidas.

É preciso entender que o evangelho não é um modo de vida, mas mudança de vida por JESUS; não uma filosofia de vida como algo apenas utilizável, mas como algo a ser vivido todos os dias; que precisaremos por toda a vida e que nunca precisaremos menos dele;

Isto nos faz ver que JESUS precisa habitar em nós, não simplesmente “perto ou longe”. Procuramos vê-lo sempre como alguém que estará por perto caso precisemos, mas nunca como aquele que habita em nós produzindo frutos dele mesmo, já que os frutos são do Espírito de Deus e não nossos. O Espírito Santo nunca produzirá nada em nós enquanto estiver apenas ao lado. Somos templo Dele e convém que habite em nós. Só assim o evangelho em nós não será aparente, pois se assim for será quaisquer coisas menos o evangelho de JESUS CRISTO, FILHO DE DEUS.

Somos livres pelo poder do evangelho não pela nossa própria concepção de liberdade, pois também ficamos livres dela. O poder de Jesus nos livra inclusive da nossa própria liberdade. Livres de fato e do que realmente nos prende: mesquinhez, inveja, maledicência, perversão, soberba, etc

Que Ele produza em nós corações livres por sua verdade afim que vivamos seu amor sincero, todos os dias até que ele volte. Amém!


Maurício J. S. Irmão
Recife, 10 e 11 de Fevereiro de 2009

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

SERÁ VERDADE A MINHA VERDADE?



É sempre impressionante observar como boa parte do que acontece entre pessoas que se desentendem, é fruto de um mar de subjetividades, de habitantes dos ambientes interiores produzidos pela insegurança.

Os habitantes desses ambientes são: a auto-imagem negativa ou seu extremo narcisista; os complexos de inferioridade herdados na cultura familiar ou regional; os choques éticos e psicológicos da cultura de cada um; e, sobretudo, tais ambientes são mobiliados com as mobílias da amargura, do ressentimento e dos sentimentos de injustiça, presentes ou passados, provocados ou não pelo atual objeto do desencontro.

Na realidade é cada vez mais fácil brigar nesta geração machucada e altamente psicologizada!

Todo mundo “analisa” todo mundo, e, no fim, todos se separam pelo que não é, pois, raramente aquele que “analisa” faz qualquer coisa além de apenas apresentar suas projeções, transferências ou criações perversas do outro, sempre fundadas nas razões da magoas ou dos ressentimentos.

Não que objetivamente as pessoas não se ofendam e nem se machuquem. Porém, na maior parte das vezes, até as ofensas objetivas são provocadas por subjetividades que se misturam profundamente com a confusão de julgamento que o ofendido assume como realidade acerca do outro.

Quando Jesus manda perdoar sempre, o tempo todo, Ele nos oferecia a possibilidade de não olhar o outro com um olhar que se torna apenas uma projeção da construção mista que fazemos; misturando o outro, com seus erros, com nós mesmos, e nossas subjetividades complexas e emocionalizadas; possuindo nós, em tal caso, pouca ou quase nenhuma objetividade no olhar e no discernir.

No fim, de fato, quase nada é ofensa para quem decidiu não deixar que o outro seja a lente de seu olhar na existência.



Rev. Caio Fábio

30 de dezembro de 2008
Lago Norte
Brasília
DF

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A IGREJA QUEBRA GALHO DA VIDEIRA


Jesus disse que Ele está para nós assim como a Videira está para os ramos. Sem videira todo ramo é pedaço de pau e somente isto. Sim! É madeira morta, boa para ser queimada. Os cristãos, no entanto, foram enganados e deixaram-se enganar, pois, desde que se determinou que "fora da igreja não há salvação", que a Videira passou a ser a "igreja", e, também, desde então, o Agricultor, que, segundo Jesus é o Pai, entre os cristãos é o Pastor, ou, em alguns grupos, o Corpo de Doutrina pelo qual se faz a "poda" de membros.

Assim, para o crente, "permanecer em Jesus", [João 15], é permanecer firme na "igreja", freqüentando, participando e se submetendo a tudo. Do mesmo modo, "dar fruto", segundo os crentes e suas emoções condicionadas por anos de engano religioso, é evangelismo como programa, é acampamento como devoção, é célula de crescimento, é cantar no grupo de louvor, é ir à reunião de oração, e, sobretudo, é dar o dízimo em dia. E o mandamento de amar uns aos outros é algo que os crentes entendem como amar os que são iguais a eles enquanto os tais não ficarem diferentes. Nesse dia eles viram desviados.

Ainda no mesmo andar de engano, os crentes pensam que "ser lançado fora" da Videira é ser disciplinado pelo Agricultor Pastoral ou pelo Conselho de Agricultura que aplica o Corpo de Doutrinas disciplinadoras e excludentes, aos quais supostamente não se equivocam ao separar o joio do trigo no campo do mundo-igreja. Ser “amigo de Jesus” [João 15], para os crentes é estar em dia com a doutrina, o dizimo e a freqüência. Assim, para a maioria dos crentes, emocionalmente, é assim que João 15 é sentido e praticado.

Ora, o resultado é o desastre cristão desses quase dois mil anos! De fato, a religião cristã é um estelionato espiritual, pois, chama para si, como se fora Deus, aquilo que é de Deus e somente passível de realização Nele. O que Jesus dizia era tão simples. O que Ele dizia é apenas isto: Absorvam a minha Palavra; o meu ensino; e o pratiquem com amor por mim e por todo ser humano. Se vocês sempre crerem que a Vida de vocês está em mim e vem da obediência ao mandamento do amor, então, vocês serão meus amigos; e, assim, toda a verdade de minha Palavra será fato e bem na vida de vocês.

Mas, sem mim, sem vida em meu amor, sem absorção do Evangelho no coração, por mais que vocês tentem viver e buscar o bem, de fato vocês serão apenas como galhos soltos, secos e mortos; existindo sob o engano de que existe vida em vocês, quando, de fato, pela própria presunção de vocês, estarão mortos sem o saberem. O resto a História do Cristianismo nos conta!

Rev. Caio Fábio

24 de novembro de 2008
Lago Norte Brasília DF

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Me envergonho do que chamam de “Evangelho”




“E disse o SENHOR a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não te têm rejeitado a ti, antes a mim me têm rejeitado, para eu não reinar sobre eles.” I Samuel


No cenário atual da igreja, como se apresenta à sociedade, são diversas as pessoas marcadas pelo que chamam de “Evangelho”. Pois, ao contrário do que nos ensina a bíblia, o que se expõe e se aprende sobre o “evangelho” está adstrito aos pregadores que muito mais estão preocupados com a captação de novos “mantenedores” do que propriamente, apresentar por meio de suas vidas o poder do evangelho genuíno e transformador de Jesus Cristo. Mas o que se pode fazer, ninguém pode dar o que não tem.

Verdadeiros “animadores de palco”. As técnicas são as mais diversas possíveis. Usam todos os recursos que a mídia fomenta para arrebanhar mais e mais pessoas. E “em nome de Jesus” fazem as maiores atrocidades prometendo o que Jesus jamais prometeu, pois não há nenhuma promessa feita pelo Mestre pendente de conclusão, já que na cruz tudo se consumou. Comportam-se como aqueles nove leprosos, dos dez que foram curados, que apenas queriam a cura e não o Jesus da cura. Apenas um voltou e agradeceu para ouvir do mestre: “tua fé te salvou”.

Eles tratam a palavra de Deus, como a forma “infalível” de satisfazer os desejos consumistas das pessoas que buscam esse tipo de completude. Pregam como se, ao sacrifício de Jesus, carecesse ser agregado algum valor, como se não valesse por si só ao que se propõe. Ensinam que é necessário fazer algum sacrifício para o Senhor, a fim de nos tornarmos merecedores do que queremos. Vivem para escandalizar o Evangelho e ao invés de curar feridas, parecem colocar o dedo em cima delas e apertar.

Não precisamos aqui, tecer muitos detalhes acerca de nada disso já que é um contexto no qual todos estão inseridos. Tratam a salvação das nossas almas como secundária e a satisfação dos nossos desejos é que deve conduzir nossas vidas. Oferecem exatamente aquilo que o diabo ofereceu a Jesus e que o Mestre rejeitou.

O fato é que por maior que seja a resistência de alguns a estes ensinamentos deturpados, dificilmente, nos depararemos com alguma comunidade que se denomina cristã não eivada de algum modo por este contexto nefasto dos nossos dias. Aqueles, porém que se mantém na verdade experimenta dentro destas comunidades, verdadeiras torturas espirituais.

Aqueles que se tornam esteio do verdadeiro evangelho passam a sentir a rejeição daqueles que tanto ama. Sente na pele tão brusca indiferença, onde ao olhar em derredor o que mais se vê é o nada de um deserto onde só se ouve sopros e ventos impetuosos. E o que nos vem na alma é o dissabor da incompreensão. Não conseguimos compreender o significado de tudo isso até experimentarmos a verdadeira libertação trazida pelo evangelho.

Não devemos nos arrefecer, mas nos entregar a estes que nada sabem; que estão sorrindo sem sorrir, falando sem falar, vivendo sem viver; carentes do amor de Deus e necessitados da nossa devoção, porque desprendidos de um existir puramente reagente, tomados pela “atitude” do evangelho que nos remete às pessoas com um amor capaz de nos devolver a capacidade de louvar.

A atitude do Evangelho nos permite ser livres ao evangelho e agirmos puramente por intermédio dele mesmo. Nossas ações devem se desvincular das atitudes das pessoas e se atrelar à de Deus. Se Jesus reagisse perante Pilatos, sairia livre. Mas a atitude do evangelho, completamente livre da nossa compreensão, foi ficar em silêncio, como fez para que fosse crucificado.

Devemos ser guiados pelo evangelho de Jesus e não nos direcionarmos por quem quer que seja. Sejamos puramente vinculados ao Senhor que a despeito das nossas limitações, constrói ao seu tempo, um caráter efetivamente cristão em nós.

Tornamo-nos senhores de nós mesmos inadmitindo a Soberania de Deus, experimentando as frustrações inerentes a esta escolha; vivemos em função do nosso eu, sem admitir quem quer que seja pela razão mais tola possível, pois buscamos no pecado aquilo que ele não pode nos dar: Satisfação, completude, PAZ!

“Se vós fosseis do mundo, o mundo amaria que era seu, entretanto, não sois do mundo, ao contrário eu do mundo vos escolhi e por isso o mundo vos odeia”. Hoje, o mundo está dentro dos templos, solapando dia a dia o que sobrou dos verdadeiros cristãos.

Que o Senhor produza em nós corações que efetivamente se doem a estes que carecem de evangelização genuína que estão dentro dos templos, sobretudo, aqueles que se intitulam ministros deste evangelho vergonhoso que nada produz, senão, os males e doenças a ele inerentes.

Amém!




Maurício José da Silva Irmão
18 de Novembro de 2008