quinta-feira, 18 de junho de 2009

LENDO A BÍBLIA SEM MEDO - Livre arbítrio x Predestinação



Que diremos, pois? Que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma. Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia.

Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.

Romanos Cap. 8,
V. 14, 15; Cap. 9, V. 29




Tratar sobre o tema proposto pode gerar, dentre outras, algumas reações: a primeira delas é de repúdio, por compreenderem como algo impossível de se explicar não querendo “perder tempo” tentando entender, ou por se afirmarem inquestionáveis dentro da posição que assumem. Noutra vertente, pessoas não fogem a um debate. Parece uma boa oportunidade de testar conhecimentos e de parecerem conhecedores diante daqueles que circundam estas discussões. O fato é que em quaisquer dos casos, o fim [finalidade] não serve ao Evangelho, tampouco ao bem em nós que D'ele provém.

Todavia, é de se dizer que o evangelho não se prende a pólos, portanto não se prende a discussões. Ao contrário, o evangelho freqüentemente se situa entre pólos expressando um siso equilibrado, fincado na verdade, propriedade exclusiva do evangelho de JESUS, livre de nossos próprios juízos e valores, mas recorrentemente nos levando a rever tudo que entendemos como coerente, da perspectiva do evangelho. De modo que se alguma coisa no evangelho gera polêmica, em verdade não procede do evangelho, mas dos que dizem fazer uso dele.

Sendo assim, nossa tratativa não pretende ser meramente discursiva. Tampouco, pretende mudar a maneira de pensar de quaisquer pessoas, mas dá elementos para que aquilo que acreditamos seja racionalizado não pelas nossas razões, mas pela razão do evangelho. Elementos de um pensar puramente cristão, conduzindo-nos ao siso da verdade nos permitindo discernir, pela palavra, o que aqui enfatizamos.

É valido dizer que a maioria dos textos bíblicos aqui trazidos, precisam ser lidos como se pela primeira vez. Muitas coisas que sabemos e guardamos é resultado, por vezes, daquilo que crescemos ouvindo ou que simplesmente adquirimos sem nenhuma razão, portanto, uma leitura séria e responsável nos fará, por via de conseqüência, chegar a uma interpretação séria e responsável do ponto de vista teológico.

O conteúdo do Evangelho é que precisa, antes de qualquer coisa, ser bem entendido, vejamos: remetendo-nos ao velho testamento, verificamos que ao desobedecer ao Criador o homem (casal) foi posto fora do Jardim porque havia se igualado a Deus no sentido de conhecer o bem e o mal: “Então disse o SENHOR Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente, o SENHOR Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado.” (Gn. 3.22,23).

Se observarmos, veremos que o texto bíblico não cita nenhuma qualidade da árvore da vida em momento anterior a este. Apenas no verso 09 do capítulo 02 de Gênesis se pode ler: “E o SENHOR Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal”. Sendo que neste verso apenas se faz referência a sua criação. A restrição posta ao homem o proibia de comer da àrvore do conhecimento do bem e do mal, como nos ensina o verso 17 do capitulo 02: “Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.”

Antes da queda, portanto, nada impedia o homem de comer o fruto da vida eterna, embora sua vida se mantivesse pela obediência; a restrição se viu necessária por ocasião da queda, já que o homem não pode, por si só, reverter os efeitos da queda, senão por Cristo, justificando sua vinda, morte, ressurreição e retorno, sendo este o bojo do Evangelho: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé”. (Rm 1.16,17).

O evangelho manifesta a justiça de Deus de fé em fé, porque somos salvos pela graça mediante a fé mútua que temos, mas que não é de todos (II Tes. 2.3). A fé nos fará viver pela morte de Jesus e aos poucos nos destitui desta corrupção, submetendo-nos a um processo de santificação que não provem das obras, mas da fé que nos faz operosos em tudo para com todos. De modo que nada em nós nos faz melhor ou menor do que somos diante de Deus, tampouco somos mais amados por Deus ontem do que hoje porque, a nosso ver, “não pecamos ontem, mas não resistimos hoje”.

Vimos que se o homem comesse do fruto do conhecimento do bem e do mal “certamente morreria”. A justiça de Deus, portanto, é ‘matar’ o homem, isto é, fazer valer sua palavra que não volta atrás. A salvação, portanto, é um ato de misericórdia e nada tem a ver com a justiça de Deus, que é morte. A satisfação da Justiça de Deus gera a misericórdia por nós, por isso provocou a morte para ele mesmo na pessoa do Cristo. O fator é que só há misericórdia quando há satisfação da justiça. Por isso, em nós, quaisquer sentimentos de justiça destituídos de misericórdia são hipocrisia: Ele nos amou primeiro.

Essa é a verdade do Evangelho: temos vida em Jesus, não por nossas próprias justiças, mas pela justiça de Deus revelada em nós de fé em fé, isto é, em nós e naqueles que por Jesus, comungam da mesma esperança. A salvação é fruto da misericórdia de Deus já que sua justiça foi satisfeita em Jesus. A misericórdia de Deus, portanto, é exercida sobre aqueles por quem aprouver a Ele exercê-la.

Deus não é Deus porque salva, ou porque nos fez promessas. Ele não é Deus porque “criou”. Ele é o que é independente de quaisquer coisas que tenha feito ou quaisquer palavras que tenha dito. De modo que tudo que ele fez, embora revele sua glória, não é contundente para estabelecer a sua grandeza e soberania. Isto nos faz entender que nada entendemos a respeito Dele. Ao não ser aquilo que ele quer que saibamos.

Diante de tudo que se expôs até aqui me parece equivocado ainda entender que Deus seria “injusto” por quaisquer razões, sobretudo por escolher quem vai para o céu ou para o inferno. É o que se pode ouvir: “Que justiça é essa que manda uns para o céu e outros para o inferno?” ou ainda: “como é que Deus é amor e uma criança nasce já destinada para o inferno?” e aos mais extremados se deve a expressão: “eu não aceito esse ‘seu’ Deus”. Posso afirmar porque a Bíblia afirma: todos pecaram e destituídos estão da Glória de Deus!

Se a justiça de Deus é conceder-nos o poder de escolha, então Ele não poderia criar ninguém que não fosse escolhê-lo. Pois que “justiça” haveria se ao criar alguém que ele, por ser onisciente, soubesse que não iria escolhê-lo, nada fizesse? Sendo Deus amor, não interviria? Deixaria que seu filho se perdesse por sua própria escolha incauta e desprovida de completude, sendo de todo finita? Se a salvação é uma possibilidade, está posto que o Apocalipse é um palpite e não uma revelação de Deus.
A salvação é tanto uma determinação, quanto o é a segunda vinda de Cristo. Pois não viria se não houvesse quem salvar, caso nenhum de nós pretendesse “escolhê-lo”, ou por outro lado, não precisaria destruir a terra se todos nós resolvêssemos fazê-lo. Deus, em Jesus, não planejou salvar Ele determinou a salvação para os seus escolhidos, pois não cogita a possibilidade de falhar.

Jesus Cristo, portanto, morreu pelos que crêem e não por todos. Aqueles por quem ele morreu, sua morte trouxe vida e o espírito de Deus habita nestes que são nascidos de Deus pelo Espírito Santo que o mundo não pode receber: “O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós” (João 14:17).

Neste entendimento, Deus só seria Justo se ao homem fosse dado o poder de decidir que se perdeu no perdeu no Éden, com a desobediência. A queda seria de Deus por uma atitude do homem. Seria o mesmo que entender que a desobediência não gerou um castigo para o homem, mas para Deus; subordina o Criador a uma criatura, já que uma relação com Deus se resume a um ato de volição do homem e não da fé. Deus vai salvar a quem ele salvar: “O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniqüidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras” (Tito 2.14).

Concluo, por ora, dizendo que se Deus houvesse dado ao homem a capacidade de escolher e se limitasse perante o homem em virtude destas decisões, ao decidir criar, Deus precisaria respeitar a vontade do homem que ainda seria criado. Nada poderia ser estabelecido por Deus que viesse a ferir a vontade futura de quaisquer daqueles que ele haveria de criar. De modo que assim Deus estaria subordinado ao homem, não podendo intervir em quaisquer de suas futuras decisões já que Deus é onisciente. Neste raciocínio, tudo havia sido estabelecido pelo homem e Deus seria apenas um instrumento ao crivo das suas vontades de antemão conhecidas por Deus. Eu pergunto: - Quem é o Deus afinal?

Que Deus continue aperfeiçoando a boa obra que começou em nós, nos fazendo entender que nada entendemos e que a sua graça nos basta, a despeito de quaisquer justificativas que achamos, devamos receber de Deus.

Maurício Silva
18/10/2008
18/06/2009

sexta-feira, 5 de junho de 2009

O QUE NÃO VEM DE DEUS, NÃO SAI DE NÓS!


No mês passado nosso blog completou um ano de existência, mais especificamente no dia 06 de Maio de 2008. São ao total 16 mensagens publicadas ao longo deste ano, sendo 9 de minha autoria, 03 da autoria da Renata e 03 textos retirados do site do Rev. Cáio Fábio (http://www.caiofabio.com/).

Fico feliz em poder edificar a vida de alguns, com estas mensagens que nada mais são que respingos de Deus para minha vida e que, pelo bem produzido em mim, levam-me a escrever de modo reflexivo a cerca daquilo que não mais precisa ser revelado, mas crido.

Tenho a preocupação em não fazer apologia a nenhum ensinamento não pertencente à Revelação do Pai, no Filho. O blog, por sua vez, não pretende ser um centro de discussões teológicas, mas ser um canal que ajude na busca pela permanência não do Amor de Deus, que sabemos ser constante em nós, mas da manutenção em nós do constrangimento que nos provoca esse tão inconceitual Amor.

O que nos falta não é o Amor de Deus por nós, mas o constrangimento fruto desse Amor em Nós. A isso se presta meu trabalho aqui, pelo que não tenho nenhuma pretensão que não venha do Evangelho e para o bem do Evangelho.

Sinto de alguns, a queixa [no melhor dos sentidos, é claro] de que não tenho postado textos há algum tempo...

Posso aqui, em resposta, dizer o que tenho dito desde o inicio:

“... razão pela qual não escrevo por haver em mim qualquer presunção, mas por sentir estas simples mensagens como provenientes da verdade do EVANGELHO, fincada no meu coração.”

Portanto, não posso produzir mensagens, apenas textos!

Se as mensagens não forem produzidas em mim não dá para ficar aqui filosofando. Louvo a ele pelo pouco que me tem dado, pois só o que ele dá produz vida em nós, nossas produções literárias são estéreis sem a unção D’ele.
É importante “mastigar” bem e não apenas “engolir” o que se lê. É necessário mais do que simplesmente ler, rapidamente.

Assim sendo, oro para que ele produza em nós corações contentados Nele e que esperam Nele e o louvam pela medida D’ele.

Fé, Paz, Graça e Vida!

Maurício J.S. Irmão
24.05.2009
05.06.2009

segunda-feira, 23 de março de 2009

CREIO NOS QUATRO EVANGELHOS E EM TODA PALAVRA DE DEUS!



CREIO NOS QUATRO EVANGELHOS E EM TODA A PALAVRA DE DEUS! – a verdade e a realidade como demonstrações...

Dando seqüência ao texto O JESUS QUE EU CONHEÇO!

Quando digo que creio que nos Quatro Evangelhos presentes no Novo Testamento - Mateus, Marcos, Lucas e João - temos a melhor e mais divina descrição de Jesus, não me fundamento nas discussões acerca de texto e autor; discussões que acompanhei durante anos, lendo livros de técnicos alucinados pela idéia de que seria possível atestar a veracidade do texto canônico pela sua antiguidade e proximidade das fontes históricas originais; sem falar que, além disso, havia ainda toda a questão relacionada ao ceticismo das décadas de 30 e 40 nos Estados Unidos e na Europa; fenômeno esse que levou de roldão a imaginação e a alma angustiada dos crentes da lógica teológica prevalente por milênios, e que já não sabiam o que pensar ante os novos fatos da ciência, e que, por causa disso, entregaram-se à tentativa de fazer de Jesus um ente mais palatável para aqueles tempos de não-milagre.
Sim! Quando digo que creio que nos Quatro Evangelhos presentes no Novo Testamento - Mateus, Marcos, Lucas e João — temos a imagem real de Jesus, pois temos a verdade essencial de Sua pessoa em plena e simples apresentação humana despretensiosa, exceto pela fé na Encarnação do Cristo, o Filho do Deus vivo — faço tal confissão não por causa da suposição de que os sábios inspirados na confecção do chamado cânon sagrado tenham sido inspirados a fazê-lo e ponto.
Houve um tempo em que foi assim para mim. Depois me esforcei mentalmente para dar razão à minha fé. Foi quando depois de anos de estudo de natureza apologética, verifiquei que tudo não passava de luta inócua, posto que nada sobre autorias, antiguidades, proximidade das testemunhas oculares, e integridade textual de manuscritos, tivesse qualquer valor se o conteúdo dos textos não se mostrasse verdadeiro no seu encontro com a natureza humana, com a história humana, e com os prognósticos ou profecias sobre o futuro humano e universal.
Ou seja:
Discerni que os Quatro Evangelhos como narrativas acerca de Jesus, somente seriam verdadeiros se tudo o que narrassem se mostrasse verdadeiro no encontro daquelas histórias e ensinos com a realidade das coisas criadas.
Então vi que o mesmo valia para tudo, só que agora a partir de Jesus, tendo-o como Referencia Absoluta para a validação de qualquer coisa na Escritura ou no que chamamos de Realidades e de História.
Então, bem jovem, vi que os evangelhos estavam certos sobre demônios, pois os vi em ação real, e atestei o poder de Jesus sobre eles.
O mesmo aconteceu com o chamado Sermão do Monte, por exemplo. Vi nas vidas de perdão e graça de meus pais que o Sermão do Monte era verdade porque era possível.
Gandhi foi uma figura muito importante para mim na demonstração da verdade pregada nos Quatro Evangelhos.
Sim! Pois Gandhi, sem livro e sem texto, sem usar o nome de Jesus e sem fazer proselitismo de natureza alguma, viveu os princípios do Evangelho com tanta tenacidade e fé, que, por ele, o mundo teve a primeira experiência global com o poder demolidor dos ensinos de Jesus no Sermão do Monte.
O mesmo digo de tudo o mais...
A autoria de Paulo, Pedro, Lucas, Marcos, Mateus, João, Tiago, Judas, e quem quer que tenha escrito Hebreus, não se fundamenta na autoria, mas na verdade ou não do conteúdo; pois, se o conteúdo não for maior que a realidade em sua proposição, e inescapável na sua analise e diagnostico do mundo real e porvir [profético], então, poder-se-ia encontrar meleca de Mateus no texto original, com prova de DNA, que nem assim para mim seria verdade, sendo apenas arqueologicamente verdadeiro quanto a autoria.
O que torna o Evangelho verdade histórica é a própria história como testemunho da verdade do Evangelho, para o bem e para o mal.
Por exemplo, não importa se quem escreveu o Apocalipse foi o João Apóstolo de Jesus ou um certo João de Pátmos. O que importa é que hoje até a ciência se ocupa do Apocalipse pela inegabilidade de suas predições sobre o mundo e seus sistemas, sobre os fenômenos ecológicos e climáticos que o livro descreve, pelas forças globais de poder, pela crescente capacidade de controle universal, pela coisificaçao do homem chegando ao nível da possibilidade de que o homem vire quase um robô e os robôs se tornem humanóides de laboratório [estatuas falantes], até ao ponto de que o próprio homem se assentará no trono de Deus, como abominável da desolação, intervindo em todas as áreas possíveis do saber, exercendo o arbítrio de mudar o homem, as criaturas e a natureza das coisas; isso indo da inteligência artificial, passando pela revolução bio-tecnológica [manipulando de todos os modos o DNA, para o bem e para o mal impensável], e, sobretudo, pela necessidade que toda a humanidade terá de se vincular pelo conforto, pelo comercio e pela comodidade, a um Poder Central que saberá de tudo e de todos, e, por fim, a tudo controlará.
Assim, que razão em saber quem é o autor do Apocalipse?
O mesmo posso dizer, por exemplo, sobre as questões supostamente tão importantes da autoria do Gênesis ou mesmo acerca de sua literalidade ou não.
Ora, nada disso é importante. De fato o que importa é que o cenário do Gênesis é tão real e verdadeiro que se repete todos os dias diante dos nossos olhos.
Vejo a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, a Serpente, os humanos, a Árvore da Vida, o um dia Jardim; e vejo que nada mudou, exceto pelo fato de que tudo se repete cada vez mais pioradamente, sem jamais deixar de se repetir.
Portanto, o que é importante: Quem escreveu o Gênesis ou qual seja o seu estilo literário ou se o que ele diz é verdade na realidade das coisas?
Acabo de ver em companhia da Adriana uma série de três horas no History Channel chamada “Visões do Futuro”.
Ora, as tais visões do futuro são tão assombrosamente apocalípticas e genesisticas em tudo o que afirmam como futuro, de um lado, e como origem do desejo de comer do fruto mais alto a qualquer preço, de outro lado — que, sinceramente, toda a questão acadêmica acerca do Apocalipse ou do Gênesis se torna insignificante ou mesmo blasfema, em razão de seu interesse por espinha no rosto quando se está ante o Incêndio do Mundo.
Alguns judeus indagavam Jesus acerca de que sinais Ele apresentava a fim de demonstrar a verdade da autoria de Suas declarações. Jesus, entretanto, perguntou se eles, os indagantes, cerzidores de roupa mortuária, não sabiam ler os sinais do tempo, como, por exemplo, os sinais de chuva à vista ou de grande calor chegando.
Assim, o que Jesus dizia também era que a Verdade da Palavra tem que ser vista na Realidade da Existência, para o bem e para o mal.
Ora, é porque vejo que o que a Palavra diz é verdade nos intestinos da realidade, para o bem e para o mal, que sei que o que os Quatro Evangelhos dizem acerca de Jesus é verdade; pois, se não fosse, não teria a pertinência de espada de dois gumes que possui e com a qual fere a realidade e as nações, conforme a profecia — ou seja: com o cetro de Sua Boca.
E mais: tudo na existência que carregue a mesma pertinência de analise inescapável da realidade, será verdade; pois, a verdade não é um livro, é apenas Verdade.
Quanto mais a História cresce, mais vejo que a Bíblia é a verdade da analise da condição humana; e mais vejo que nela, o Novo Testamento é o remédio desprezado e que poderia salvar o mundo, na mesma medida em que pela sua rejeição os mesmos homens que dizem crer no “Jesus do Cristianismo”, são as que hoje destroem o mundo.
Assim, não apenas a humanidade, tanto em sua condição e natureza, quanto também em sua realidade e perspectiva histórica, e dentro dela o próprio Cristianismo — me provam por antítese todos os dias que a Palavra de Jesus é a Verdade; e que, portanto, o Jesus apresentando nos Quatro Evangelhos e no Novo Testamento, corresponde ao Jesus em cujo ombro João reclinou a cabeça e perguntou: “Senhor, quem é o traidor?”

Nele, em Quem se fica sabendo que se for Verdade libertará sempre, ainda que assuste os que estão ainda na luta de crerem ou não,



Rev. Caio Fábio
21 de março de 2009
Lago Norte
Brasília
DF

terça-feira, 3 de março de 2009

TEMPLOS DO ESPÍRITO SANTO


Muita confusão há sobre o tema. Parece algo patente, mas os equívocos acerca deste assunto são muitos. Não pretendo como não poderia deixar de ser, martelar a última palavra sobre o assunto. Minha pretensão é no mínino tratar de modo menos infantil a liberdade proveniente de Jesus.

O fato é que pelo que se ouve na atualidade, a apologia que se acaba fazendo é de um Deus que está apenas perto; que temos contato com ele apenas na igreja-templo; que nossa relação com ele está adstrita a uma relação institucionalizada com os homens.

É por isso que muitos ensinam que na presença do Senhor somos livres e que podemos adorá-lo sem restrições, justificando a concepção atual de uma espiritualidade mística e sem nenhuma conexão com o Evangelho de Jesus. Porque para eles, estar na presença do Senhor é está no Templo, não ser o Templo; para eles o templo é um lugar onde Deus está caso precisemos dele; para eles, se aproximar de Deus é ir ao templo e o templo é posto acima de tudo e todos; para eles, ir ao templo é mais importante que o irmão que deixou de freqüentar o templo; para eles, se afastar do templo é afastar-se de Deus, pois Deus é aquilo que eles dizem ser Deus; para eles, Deus se transformou num amuleto, pois a visão que se tem de Deus é apenas utilitarista.

A nossa perspectiva de Deus é utilitarista. Deus só é Deus, para muita gente, porque serve, é só. E quando se vê Deus assim, a visão que se tem do outro, por via de conseqüência, é meramente funcional. Nossa proximidade se restringe ao quanto nos serve tal e tal relacionamento.

Ao contrário de tudo que “eles” dizem acerca de Deus e sobre o que Deus é, digo e a Bíblia toda Diz: ELE É VIDA E ADMITIU, POR AMOR DE NÓS, QUE HOUVESSE VIDA TAMBÉM NO FILHO A FIM QUE A CONCEDESSE A QUEM ELE QUISESSE.

Somos livres para fazermos a coisa certa pela razão certa. Pois fazer o que é certo pela razão errada é tão errado quanto fazer o que é errado pela razão certa. Por isso nos ensina o Apóstolo Paulo que se não houver AMOR, embora façamos quaisquer coisas que pareçam boas ou louváveis serão completamente vazias, tal qual o sacrifício de Caim, que de tão bonito para nada serviu do ponto de vista relacional com Deus. O AMOR se opera pela FÉ e sem ela ninguém agrada a DEUS.

Se Jesus habita em nós, de fato somos livres. Onde ele está há liberdade. Contudo não se trata de uma liberdade insana que nos permite fazer o que quisermos dentro da comunidade, pousando de espirituais boa pinta. Nossa espiritualidade reside na capacidade de amar o outro como a nós mesmos. Pois a verdadeira espiritualidade não nos faz melhores, mas iguais.

Ninguém se verá como igual genuinamente enquanto não entender que Deus é quem é e nós quem somos: SERVOS! ADORADORES, pois para isso fomos criados.

A liberdade de Jesus diz respeito ao perdoar a todos sempre; ao amar indistintamente; ao ouvir sem julgamentos; ao se aproximar sem interesse, que não o do evangelho; ao aprender sempre, pois não há quem ensine sem que antes aprenda; ao cuidado com o real templo do Espírito de Deus, nosso corpo.

Que ele produza em nós corações que não só ouvem de modo passivo, mas que busca sempre na Palavra o discernimento do que se ouve neste mundo onde tantas coisas são ditas e cantadas.

Amém!

Maurício Silva
02 de Março de 2009

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

VERDADES MERAMENTE CONSCIENTES...


Seria muito fácil nos relacionarmos com Deus se isso fosse apenas uma relação de caráter textual com a Bíblia. O difícil é enveredarmos pelo caminho de uma relação real com Ele. Não a que fora instituída pelos homens, mas a que de fato nos preenche a existência com vida.

Temos vida pela palavra de Deus que é Jesus. Nenhum significado para nós teria o conteúdo bíblico sem uma relação pessoal com Jesus, já que a Bíblia apenas fala sobre ele e nos ensina acerca dele, por vezes, por ele mesmo, mas não o institui como Deus e como cordeiro do mundo. Ele fez as escrituras e não o contrário. Pois, se ele não fosse Deus, tudo seria uma grande história inventada.

De modo que entender a leitura do texto sagrado como a forma com a qual nos relacionamos com Deus é substituir a Fé pelo conhecimento; a leitura da palavra deve ser precedida pela oração, a fim de que não apenas tenhamos informações acerca D'Ele, mas para que de fato sua verdade encarne em nós. O fato é que somos justificados pela fé e não pelo que sabemos, muito menos pelo grau de compreensão que temos.

É por isso que nem tudo que parece verdade de fato é a verdade de Jesus. Disso decorre tudo que se chama igreja hoje: por isso que espiritualidade é substituída por reputação; louvor e adoração por lavagem cerebral repetitiva; comunhão por um abraço na hora do culto que não aconteceria em outro lugar de modo espontâneo; boa ação sincera por exibicionismo; pregação da verdade redentora por julgamento; disciplina em amor pelas falhas dos irmãos por satisfação da justiça injusta do corpo institucionalizado chamado igreja que esconde seus erros pelos dos outros; obediência por fé por subserviência ambiciosa; humildade por silêncio; respeito por medo etc.

E por ter a mesma proposta que todas as outras verdades, que não a do Evangelho de JESUS que é poder de Deus, não podem fazer nada por aqueles que a tomam para mudar de vida. Já que apenas o evangelho de JESUS pode mudar nossas vidas, qualquer outro será substituído por um evangelho mais inteligente aos nossos olhos, mas tão ou mais ineficaz do que o que fora substituído. A verdade é que estamos constantemente mudando de rumo porque nossas verdades apenas conscientes não produzem o efeito desejado em nós: completude de alma produzida apenas pelo evangelho genuíno de JESUS.

Muitas vezes tomamos como verdade o fragmento de uma música, ou o pensamento de alguém reconhecidamente inteligente, ou ainda se corporificam em nós por más experiências vividas etc. Muitas vezes nossa vivência cristã é produto da reflexão alheia ou da própria vivência de alguém, mas nunca como algo vivido e experimentado por nós; nunca como reflexão nossa ou vivência nossa, mas sempre de algum “guru” espiritual, a quem responsabilizamos por nossas decisões.

Por isso, desconsideramos a verdade de JESUS em sua palavra escrita por quaisquer coisas que atendam aos nossos desejos ou que simplesmente nos dê um rumo que pareça bom no momento. É por isso que aquilo que toma o lugar do evangelho apenas nos faz sofrer.

O evangelho não nos afronta o intelecto, mas a alma. Permite-nos ver o que antes não conseguíamos: que não somos senhores de nada; que nossas determinações nada determinam; que nossos projetos carecem da aprovação do SENHOR e por isso devem ser postos diante Dele em oração; que acima de tudo, precisaremos do evangelho até o fim de nossas vidas.

É preciso entender que o evangelho não é um modo de vida, mas mudança de vida por JESUS; não uma filosofia de vida como algo apenas utilizável, mas como algo a ser vivido todos os dias; que precisaremos por toda a vida e que nunca precisaremos menos dele;

Isto nos faz ver que JESUS precisa habitar em nós, não simplesmente “perto ou longe”. Procuramos vê-lo sempre como alguém que estará por perto caso precisemos, mas nunca como aquele que habita em nós produzindo frutos dele mesmo, já que os frutos são do Espírito de Deus e não nossos. O Espírito Santo nunca produzirá nada em nós enquanto estiver apenas ao lado. Somos templo Dele e convém que habite em nós. Só assim o evangelho em nós não será aparente, pois se assim for será quaisquer coisas menos o evangelho de JESUS CRISTO, FILHO DE DEUS.

Somos livres pelo poder do evangelho não pela nossa própria concepção de liberdade, pois também ficamos livres dela. O poder de Jesus nos livra inclusive da nossa própria liberdade. Livres de fato e do que realmente nos prende: mesquinhez, inveja, maledicência, perversão, soberba, etc

Que Ele produza em nós corações livres por sua verdade afim que vivamos seu amor sincero, todos os dias até que ele volte. Amém!


Maurício J. S. Irmão
Recife, 10 e 11 de Fevereiro de 2009