quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A IGREJA QUEBRA GALHO DA VIDEIRA


Jesus disse que Ele está para nós assim como a Videira está para os ramos. Sem videira todo ramo é pedaço de pau e somente isto. Sim! É madeira morta, boa para ser queimada. Os cristãos, no entanto, foram enganados e deixaram-se enganar, pois, desde que se determinou que "fora da igreja não há salvação", que a Videira passou a ser a "igreja", e, também, desde então, o Agricultor, que, segundo Jesus é o Pai, entre os cristãos é o Pastor, ou, em alguns grupos, o Corpo de Doutrina pelo qual se faz a "poda" de membros.

Assim, para o crente, "permanecer em Jesus", [João 15], é permanecer firme na "igreja", freqüentando, participando e se submetendo a tudo. Do mesmo modo, "dar fruto", segundo os crentes e suas emoções condicionadas por anos de engano religioso, é evangelismo como programa, é acampamento como devoção, é célula de crescimento, é cantar no grupo de louvor, é ir à reunião de oração, e, sobretudo, é dar o dízimo em dia. E o mandamento de amar uns aos outros é algo que os crentes entendem como amar os que são iguais a eles enquanto os tais não ficarem diferentes. Nesse dia eles viram desviados.

Ainda no mesmo andar de engano, os crentes pensam que "ser lançado fora" da Videira é ser disciplinado pelo Agricultor Pastoral ou pelo Conselho de Agricultura que aplica o Corpo de Doutrinas disciplinadoras e excludentes, aos quais supostamente não se equivocam ao separar o joio do trigo no campo do mundo-igreja. Ser “amigo de Jesus” [João 15], para os crentes é estar em dia com a doutrina, o dizimo e a freqüência. Assim, para a maioria dos crentes, emocionalmente, é assim que João 15 é sentido e praticado.

Ora, o resultado é o desastre cristão desses quase dois mil anos! De fato, a religião cristã é um estelionato espiritual, pois, chama para si, como se fora Deus, aquilo que é de Deus e somente passível de realização Nele. O que Jesus dizia era tão simples. O que Ele dizia é apenas isto: Absorvam a minha Palavra; o meu ensino; e o pratiquem com amor por mim e por todo ser humano. Se vocês sempre crerem que a Vida de vocês está em mim e vem da obediência ao mandamento do amor, então, vocês serão meus amigos; e, assim, toda a verdade de minha Palavra será fato e bem na vida de vocês.

Mas, sem mim, sem vida em meu amor, sem absorção do Evangelho no coração, por mais que vocês tentem viver e buscar o bem, de fato vocês serão apenas como galhos soltos, secos e mortos; existindo sob o engano de que existe vida em vocês, quando, de fato, pela própria presunção de vocês, estarão mortos sem o saberem. O resto a História do Cristianismo nos conta!

Rev. Caio Fábio

24 de novembro de 2008
Lago Norte Brasília DF

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Me envergonho do que chamam de “Evangelho”




“E disse o SENHOR a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não te têm rejeitado a ti, antes a mim me têm rejeitado, para eu não reinar sobre eles.” I Samuel


No cenário atual da igreja, como se apresenta à sociedade, são diversas as pessoas marcadas pelo que chamam de “Evangelho”. Pois, ao contrário do que nos ensina a bíblia, o que se expõe e se aprende sobre o “evangelho” está adstrito aos pregadores que muito mais estão preocupados com a captação de novos “mantenedores” do que propriamente, apresentar por meio de suas vidas o poder do evangelho genuíno e transformador de Jesus Cristo. Mas o que se pode fazer, ninguém pode dar o que não tem.

Verdadeiros “animadores de palco”. As técnicas são as mais diversas possíveis. Usam todos os recursos que a mídia fomenta para arrebanhar mais e mais pessoas. E “em nome de Jesus” fazem as maiores atrocidades prometendo o que Jesus jamais prometeu, pois não há nenhuma promessa feita pelo Mestre pendente de conclusão, já que na cruz tudo se consumou. Comportam-se como aqueles nove leprosos, dos dez que foram curados, que apenas queriam a cura e não o Jesus da cura. Apenas um voltou e agradeceu para ouvir do mestre: “tua fé te salvou”.

Eles tratam a palavra de Deus, como a forma “infalível” de satisfazer os desejos consumistas das pessoas que buscam esse tipo de completude. Pregam como se, ao sacrifício de Jesus, carecesse ser agregado algum valor, como se não valesse por si só ao que se propõe. Ensinam que é necessário fazer algum sacrifício para o Senhor, a fim de nos tornarmos merecedores do que queremos. Vivem para escandalizar o Evangelho e ao invés de curar feridas, parecem colocar o dedo em cima delas e apertar.

Não precisamos aqui, tecer muitos detalhes acerca de nada disso já que é um contexto no qual todos estão inseridos. Tratam a salvação das nossas almas como secundária e a satisfação dos nossos desejos é que deve conduzir nossas vidas. Oferecem exatamente aquilo que o diabo ofereceu a Jesus e que o Mestre rejeitou.

O fato é que por maior que seja a resistência de alguns a estes ensinamentos deturpados, dificilmente, nos depararemos com alguma comunidade que se denomina cristã não eivada de algum modo por este contexto nefasto dos nossos dias. Aqueles, porém que se mantém na verdade experimenta dentro destas comunidades, verdadeiras torturas espirituais.

Aqueles que se tornam esteio do verdadeiro evangelho passam a sentir a rejeição daqueles que tanto ama. Sente na pele tão brusca indiferença, onde ao olhar em derredor o que mais se vê é o nada de um deserto onde só se ouve sopros e ventos impetuosos. E o que nos vem na alma é o dissabor da incompreensão. Não conseguimos compreender o significado de tudo isso até experimentarmos a verdadeira libertação trazida pelo evangelho.

Não devemos nos arrefecer, mas nos entregar a estes que nada sabem; que estão sorrindo sem sorrir, falando sem falar, vivendo sem viver; carentes do amor de Deus e necessitados da nossa devoção, porque desprendidos de um existir puramente reagente, tomados pela “atitude” do evangelho que nos remete às pessoas com um amor capaz de nos devolver a capacidade de louvar.

A atitude do Evangelho nos permite ser livres ao evangelho e agirmos puramente por intermédio dele mesmo. Nossas ações devem se desvincular das atitudes das pessoas e se atrelar à de Deus. Se Jesus reagisse perante Pilatos, sairia livre. Mas a atitude do evangelho, completamente livre da nossa compreensão, foi ficar em silêncio, como fez para que fosse crucificado.

Devemos ser guiados pelo evangelho de Jesus e não nos direcionarmos por quem quer que seja. Sejamos puramente vinculados ao Senhor que a despeito das nossas limitações, constrói ao seu tempo, um caráter efetivamente cristão em nós.

Tornamo-nos senhores de nós mesmos inadmitindo a Soberania de Deus, experimentando as frustrações inerentes a esta escolha; vivemos em função do nosso eu, sem admitir quem quer que seja pela razão mais tola possível, pois buscamos no pecado aquilo que ele não pode nos dar: Satisfação, completude, PAZ!

“Se vós fosseis do mundo, o mundo amaria que era seu, entretanto, não sois do mundo, ao contrário eu do mundo vos escolhi e por isso o mundo vos odeia”. Hoje, o mundo está dentro dos templos, solapando dia a dia o que sobrou dos verdadeiros cristãos.

Que o Senhor produza em nós corações que efetivamente se doem a estes que carecem de evangelização genuína que estão dentro dos templos, sobretudo, aqueles que se intitulam ministros deste evangelho vergonhoso que nada produz, senão, os males e doenças a ele inerentes.

Amém!




Maurício José da Silva Irmão
18 de Novembro de 2008

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

DESPENSEIRO DA GRAÇA

1 Pedro 4:10 Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.
1 Coríntios 4:2 Além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel.

A palavra “despenseiro”, conforme nos mostra os dicionários deriva de “despensa” que é o lugar onde se arruma, armazena os víveres de uma casa. O despenseiro, portanto é aquele responsável pelo controle e arrumação destes víveres na despensa. Todavia, me parece insuficiente recorrer a esta analogia para explicar o que significa ser despenseiro da graça de Deus.

Por via de conseqüência, entender o que é ser um “despenseiro” me parece simples, todavia, não posso, com eficácia, esclarecer o que significa ser “despenseiro da graça” sem antes dizer o que é “graça”. E não dá para dizer nada sobre a graça sem falarmos sobre a fé e, como veremos, não dá para tratarmos sobre fé sem antes entendermos a criação na sua gênese. Significa que para entendermos a graça da qual somos despenseiros, precisamos nos remeter ao principio de tudo.

Assim sendo, preliminarmente posso dizer que na criação – céu e terra – não há um sentido em si mesma, pois sua finalidade reside na posterior criação do homem. Nada do que foi criado tem qualquer sentido de existir sem o homem (Cf. Gn. 1: 26,27). Tudo o Criador sujeitou ao homem, de modo que desde o momento em que se fez compreensível ao criar, sua pretensão maior era o homem. Todavia, a recíproca não é verdadeira, pois a essência do homem, sua finalidade reside em Deus, já que fomos criados para nos completarmos nele em obediência.

Após a queda, cabe esclarecer que o próprio Deus afirma ter o homem se tornado igual a ele, no sentido de conhecer o bem e o mal. Significa que após a queda o homem assume o senhorio de si mesmo por haver rompido com Deus, se fazendo deus. E assim sendo, passa a não admitir outro deus, razão pela qual rompe com o homem também. Poderíamos chamar o homem decaído de "homem deus".

Ressaltamos ainda que, embora não conhecedores do bem e do mal, o casal foi conscientizado do que era certo e errado. Por isso a queda é muito mais que comer do fruto, mas, além disso, significou a desconsideração pelo homem da sua essência e dependência de Deus por pretender se igualar a Deus e viver por si mesmo. Logo, a vida que hoje vivemos é ao mesmo tempo a “morte certa” em virtude da não obediência a sua vontade e é a “vida” resultado das nossas próprias vontades, da qual não podemos nos queixar.

Contudo, é de suma importância que saibamos que tudo que tratamos até aqui, antecede a queda. Pois hoje não nos relacionamos com Deus por meio da obediência pessoal, mas por meio da fé, pois na condição de decaídos não podemos agradar a Deus por nós mesmos.

Significa que a fé desencadeia em nós um processo, que nos permite, pelo seu autor e consumador, a saber, Jesus Cristo, uma relação direta com Deus por ser Deus o próprio Cristo. De modo que a fé, em nós, substitui a obediência de Adão validamente. Sem desconsiderar, claro, que a fé que nos é dada, resulta da obediência do Cristo não nossa. A dívida paga, à justiça de Deus, que não pudemos pagar era a obediência. Hoje, obedecemos por fé.

Ora, se a vida para Adão resultava de sua obediência pessoal, estamos dizendo que a vida não era um direito, mas era mantida por um direito, pois o único meio de perdê-la seria desobedecendo, como aconteceu.

A vida sempre procede do criador, a saber, O Cristo. Dada ao homem, na gênese da criação “como” um direito; a posteriori, devolvida ao homem, após a queda por meio da sua graça. Tanto de um modo, quanto de outro, só há vida nele, Ele é a vida. Neste sentido, a vida não é nem um direito, tampouco uma graça, mas ambas são formas utilizadas por Deus para dar vida ao homem. A primeira, como já dito, no principio de tudo, e depois a graça em virtude da queda.

A graça de Deus, portanto, nestes termos, é o resultado último do processo que se inicia em nós por meio da fé, pois a vida é o fim último da fé, que não vem de nós é dom de Deus, pois somos salvos por ela que antecede e permite a graça de vivermos novamente em Deus, pelos méritos do Cristo, não nesta vida, que resulta das nossas vontades e desobediência, mas para vivermos em Jesus por meio dele mesmo, isto é, da fé.

Já entendendo – espero – que a fé antecede a graça, uma conclusão disto merece relevância, pelo que passo a aduzi-la: Ora, a justiça de Deus, enquanto criador, já que ser criador não o torna mais Deus, resulta da sua própria palavra, ao restringir o homem, conforme sua imagem, de comer do fruto do conhecimento do bem e do mal afirmando categoricamente que se assim procedesse “certamente morreria”. Ser justo, portanto, significa condenar a criação em face da desobediência.

Isto ocorreu porque o amor de Deus não o contraria. Por isso, se fez necessário o sacrifício do Cristo, pois não poderia desconsiderar sua própria palavra e simplesmente não “matar” e descumpri-la. Para não ficar apenas nas minhas palavras, leia os textos bíblicos abaixo: No livro de Romanos no Cap. 5: 1 e 2, assim nos ensina Paulo: Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus.

Ainda no livro de Romanos, continua Paulo no Cap. 8:24 e 25: Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos. Já no livro de Hebreus, temos uma clara explicação sobre o que é fé: Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem.

No livro de Tiago Cap. 1:2 podemos ler o seguinte: Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação a vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Voltando para o livro de Romanos no Cap. 5, temos a confirmação do que afirma Tiago, nos versos 3 e 4: ...mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; a experiência, esperança.

No livro do Apóstolo Pedro, em sua primeira carta, ele afirma o seguinte, nos versos 6 – 9: Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo; a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim (finalidade e término) da vossa fé: a salvação da vossa alma.

Não podemos nos justificar por nossas próprias obras, embora disso já saibamos. Mas se observarmos o que narra os textos acima e devidamente adentrarmos em seus contextos vamos nos aperceber que a fé se limita apenas a esta vida, pois sua finalidade está para reverter a nossa morte nos fazendo produzir frutos antes impossíveis em virtude da nossa atual condição de decaídos.

A fé pretende produzir em nós vida, já que estamos mortos. A fé, portanto é o instrumento que nos faz deixar de ser deuses, rompidos com Deus e com o outro, fazendo-nos iguais: De fato, sem fé, é impossível agradar a Deus.

Diante de tudo que até aqui se aduziu, posso dizer que despenseiro da graça é aquele que ama porque recebeu de Deus este amor; que perdoa porque já foi perdoado por DEUS; que não julga porque não há de ser julgado, já está salvo; nada o eleva, tampouco o diminui, porque simplesmente se enxerga com sinceridade, sabendo que em si mesmo não há perfeição, mas deve sempre haver sinceridade; não leva “sentenças” para as pessoas, já que se compreende merecedor de condenação também, mas a verdade do evangelho em sinceridade e compaixão; que deseja não praticar o mal não por hipocrisia, mas por amor, sabendo que nossas praticas não podem nos justificar diante daquele que justifica a quem quer; e por fim, que não é nada em si mesmo, pois tudo que é, por menor que seja, procede daquele que é tudo em todos.

Ser despenseiro graça significa ser despenseiro de uma esperança viva que há de se revelar em dia e hora que só pertencem a Deus. É esta viva esperança que produz em nós Paz. Cessada está a guerra, não mais somos inimigos de Deus, mas reconciliados por meio dele mesmo, temos paz presente para que possamos aguardar, certos e convictos pela vida eterna, produzida pela graça de Deus, manifestamente salvadora.

Que Ele produza em nós verdadeiros celeiros da sua graça vindoura, fruto da fé presente a fim de tenhamos paz com Ele e com os outros.

Amém!



Maurício J. S. Irmão
29.07.2008
12.08.2008
23.08.2008
16/09/2008

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Uma Nova Visão Sobre Missões


No livro de Atos capítulo 1 versículo 8 podemos encontrar as últimas palavras de Jesus antes de ser levado ao céu: “Porém, quando o Espírito Santo descer sobre vocês, vocês receberão PODER e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda Judéia e Samaria e até os confins da terra” (Atos 1:8). Estas palavras são o marco daquilo que nós cristãos chamamos de “missões”.

O versículo acima nos traz algumas implicações: primeiro que, ao nos tornarmos filhos de Deus – nos tornamos sal e luz – o Espírito Santo passa a habitar em nós; segundo que Deus nos deu, mediante seu Espírito, o PODER da palavra e do evangelho, o PODER que liberta. O evangelho é o PODER de Deus que transforma vidas e o mais importante ainda, dá a vida eterna.

Este PODER dado por Deus a nós, nos confere a missão do “ide e pregai” (Mc 16:15). Assim, nós passamos a ter a missão mais importante que já existiu na face da terra e ela nos foi confiada por Deus. Logo, nada do que façamos nesta vida será maior e mais importante do que ganhar almas para Jesus.

Se formos mais adiante, no capítulo 1 de Atos, encontraremos no versículo 11 as palavras dos dois homens vestidos de branco, destinadas àqueles que ficaram a olhar para o céu após a subida de Jesus: “Homens da Galiléia, por que vocês estão olhando para o céu? Esse mesmo Jesus que estava com vocês e que foi levado para o céu voltará do mesmo modo que vocês o viram subir” (Atos 1:11). Se pararmos para tentar imaginar a cena que o versículo 11 descreve, teremos a impressão de que por alguns segundos os que olhavam para o céu precisaram ser “despertados” pelos homens de branco. Isto me fez pensar se não seria a situação de muitas igrejas: cristãos olhando para o céu.

Nosso errôneo entendimento do que seja missões está resumido a vivermos presos entre as quatro paredes do templo olhando para o céu, achando que as nossas esporádicas orações e ofertas serão o suficiente para levar pessoas a terem um encontro com Jesus.

Para uma nova visão missionária não precisamos apenas orar e ofertar mais, temos que fazer também o “ide” de Jesus. Não podemos ter apenas a consciência de que temos PODER, mas precisamos usá-lo, pois Deus cobrará isto de nós.

Precisamos, urgentemente, rever a nossa concepção de missões. Missões se tornou um espaço de tempo em que a igreja reserva para orar, recitar o tema e a divisa – que por sinal muitas vezes é feita de uma forma mecânica assim como outros momentos do culto –, cantar o hino oficial e levantar, com muito esforço, a oferta para os missionários.

(E por falar em missionários!) Quem são os missionários? Missionário não é título dado por seminário. Missionário é uma conseqüência para uma pessoa que se torna cristão. Ser missionário é viver diariamente, não apenas pensar em missões, mas viver missões. Nós temos que desconstruir a idéia que de fazemos missões em nome de qualquer que seja a “junta” (JMM – Junta de Missões Mundiais –, por exemplo) e construir na mente e nas atitudes que fazemos missões em nome de Jesus.

Mas talvez seja mais fácil “pagar” a um missionário pra ele fazer (Eu te pago e tu faz enquanto eu fico aqui a orar por ti). Orar e levantar ofertas pelos tão missionários quanto nós deveríamos ser, não é o bastante. Deus não quer só isto de nós. Mas, isto é uma conseqüência de estarmos nos escondendo atrás da lógica de que missionário é aquele que está lá, bem longe de todos, lá no “campo”. Mas onde fica o campo? O campo é onde nós vivemos. O campo é o nosso dia a dia.

Não existe nenhum cristão a quem Deus não tenha um projeto missionário.Não podemos ignorar o projeto de Deus, pois missionário importante é o missionário que está no centro da vontade de Deus.
Renata Lima
15/07/2008

terça-feira, 15 de julho de 2008

Mais que expressão: verdade!


Quem de nós nunca ouviu uma palavra hostil a ponto de desanimar sobre planos e projetos? Quem nunca foi surpreendido com uma atitude de alguém de quem nada de mal se esperava, sendo solapado em suas estruturas, perdendo totalmente o “chão”, como comumente se afirma? Ou ainda, pôde experimentar traições e decepções de quaisquer ordens, sofrendo danos para além de materiais? Surpreendemo-nos com coisas do tipo.

Estamos adstritos ao que vemos e por isso somos tendenciosos a nos direcionarmos pelo que fazem conosco e pelo que fazemos em retribuição. O fato, ao que nos parece, é que uma palavra ou atitude se prolonga no tempo quase que indefinidamente e nos qualifica pela vida inteira. Acabamos acorrentados não só pelo que dizemos, mas pelo que ouvimos e, muitas vezes ou quase sempre, se desvencilhar disso requer um repensar de toda nossa existência, sobretudo cristã.

Numa via dupla é tão difícil voltar atrás para perdoar como para pedir perdão, porque diferentemente do perdão de Deus para conosco, o perdão entre nós significa igualdade. Há uma verticalidade no perdão de Deus para conosco, enquanto que de uns para com os outros o perdão se opera numa horizontalidade.

Palavras ditas sob a égide do nosso ego ferido ou simplesmente afrontado, não por tudo que de fato afronta, mas por tudo que chamamos de afronta. Se olharmos com sinceridade para nós mesmos, veremos que a maioria dos nossos problemas não são problemas e que a maioria das nossas afrontas não são afrontas. Não voltar atrás destas coisas é uma expressão mais do que contundente da nossa hipocrisia existencial.

Não podemos fugir das nossas atitudes e palavras, tampouco das atitudes e palavras alheias, pois não podemos ignorar a existência do outro. Mas precisamos ver por trás das palavras para compreendermos as pessoas que nos envolvem. Somos muito mais que palavras e ações, pois nossa essência nos antecede e é precedida pela própria efetivação da toda existência, pois o existir é uma instituição divina e Deus a antecede.

Olhar por trás das palavras e atitudes não significa tentar sondar o interior das pessoas, tecendo juízos e formando restrições sobre elas. No entanto, significa olhar para dentro de nós mesmos e enxergarmos que precisamos AMAR o outro para sermos levados até JESUS. Não como uma condição, mas como um resultado natural do que nos tornamos diante de DEUS por exclusivo (ou único) intermédio do seu filho JESUS, a menos que nada tenha sido mudado em nós.

Como filhos que agora somos, precisamos ter proximidade o suficiente para compreendermos as limitações dos outros, sabendo que também possuímos as nossas e que por isso devemos agir com sinceridade com as pessoas, sendo primeiro sinceros e verdadeiros com nós mesmos. Tornamos-nos ainda mais doentes espirituais quando permitimos que alguém se afaste de nós, ou vice e versa, por causa de atitudes e palavras que machucaram, pois estamos vendo apenas o exterior, sem AMAR o interior das pessoas a partir de nós mesmos.

Somos bem mais que palavras e ações. O que somos nunca poderá ser expresso exatamente por aquilo que se pode ver e ouvir. Podemos usar muito mais que linguagem e atitudes para nos expressarmos e, conseqüentemente, nos conhecermos.

Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Gálatas 5:22

Talvez se refletir junto comigo neste texto, consiga entender melhor o que estou tentando dizer:
1. Imagine alguém que ama e que não se satisfaz;
2. Imagine alguém que se satisfaz, porque ama, e não tem paz...
3. Imagine alguém que tem paz, porque se satisfaz e se satisfaz porque ama, e não tem firmeza de ânimo, isto é, se permite guiar pelo medo...
4. Imagine alguém que conjuga as características acima e não tem suavidade, nem bondade...
5. Que não tem mansidão e autocontrole, sobretudo que não tem fé...

Quero dizer que não podemos ter uma coisa e não ter outra. Tudo procede do amor e o amor de Cristo, pois sem ele nada de bom pode se erigir de nós mesmos. Somos hipócritas quando nossas palavras e ações divergem do que narra este texto (Gal. 5:22) e ao mesmo tempo dizemos ter CRISTO em nossas vidas. Neste sentido, o mal que nós fazemos as pessoas deve cessar, não porque é proibido, mas porque somos iguais e nos amamos. Nada justifica proceder de modo diverso, apenas nossa hipocrisia.

NELE, enxergamos o que de fato somos e, a partir daí, passamos a ver os outros como Ele nos vê, sem juízos, imposições, restrições, impaciência, desafeto, mas com AMOR. Desse modo, requalificamos o que dizemos e ouvimos, passando a expressar uma verdade completamente livre de nós mesmos, mas completamente vinculada à verdade do EVANGELHO que, como tudo que procede de Deus, requer muito mais do que expressão, requer vida.

Precisamos nos guiar deste modo, sem mentirmos para nós mesmos, mas agindo com AMOR, pois só ele nos faz viver em verdade e sinceridade, isto é, para além do que podemos ver.


Maurício J.S.Irmão
12/07/2008